Ei, você, pequeno, médio ou grande empresário, tome cuidado. Um grupo de salafrários está aplicando golpe na praça usando falsamente o nome do 3º Cartório de São Caetano do Sul. Os malandros estão enviando boletos para os endereços comerciais de vítimas alvos, cobrando a quitação ‘imediata’ de serviço contratado e não pago. Os pilantras fornecem na documentação enviada um número de telefone e, quando o remetente telefona para saber do que se trata, é orientado a pagar o valor total em nome do cartório (o falso) em depósito bancário.
O repórter Agostinho Teixeira, da Rádio Bandeirantes, procurado por algumas vítimas, telefonou para o número em questão e desmascarou uma das estelionatários. A íntegra da conversa, em áudio, está no site da emissora (www.radiobandeirantes.band.uolcom.br/conteudo.asp?ID=665599). É incrível a cara de pau da atendente quando atende a ligação: “3º Cartório, pois mão”. O jornalista diz que está no local e pergunta se é ela é mesmo do cartório. “Vai cuidar da sua vida. Vai trabalhar. Cada um com seu problema”. Ao ouvir do profissional da rádio que o fim da quadrilha está próximo, ela simplesmente gargalha e desliga o telefone.
Segundo o jornalista, essa mesma quadrilha está sendo processada pela Justiça de Minas Gerais, onde pelo menos 87 empresários caíram no golpe.
Então, gente, pilantra tem em tudo que é lugar, até mesmo entre empresários, mas não é justo que um bando de sem-vergonhas subtraía dinheiro de quem nada deve e, para tanto, manche o nome de uma instituição, no caso o 3º Cartório de Protestos de São Caetano. Se receber boletos para quitação de algo que não se recorda, não se precipite diante da ameaça de ter o nome sujo na praça caso o pagamento (integral, assim os picaretas exigem) não for feito imediatamente. Quem paga, óbvio, é porque deve algo por aí. Não é possível que alguém enfie a mão no bolso para liberar qualquer que seja a quantia para quitar algo que não sabe o que é.
A criatividade, e safadeza também, desse tipo de gente não tem limite. Agora, é o golpe do cartório. Tempos atrás eram torpedos para celulares informando que o proprietário da linha tinha ganhado uma casa, uma bolada em dinheiro ou o direito de participar do ‘quem quer dinheiro do Silvio Santos’. Muita gente iludida pagou o que pediam e até hoje esperam pelo grande prêmio. Trata-se da modernização do golpe da loteria, cujos aposentados e idosos são os mais ludibriados. Só cai em golpe quem é ingênuo, ignorante ou acredita que levará vantagem maior do que a oferecida.
Esses estelionatários somente terão um fim quando a vítima deixar de ser ‘esperta’, de crescer o olho diante da facilidade, suspeitíssima, de se sair bem. Portanto, meus caros, abram o olho, sim, mas o olho do desconfiômetro. Quem desconfia da caridade alheia, quando o assunto é dinheiro, evita aborrecimentos futuros.